O Laurindo que era filho do velho Mainga, velho amigo que eu muito respeitava, dava a ideia de que teria alguma coisa para me dizer. Falou dos Velhos do Ambuíla, do pai, do Velho Mafuta, do Velho Lussecala e outros que gostavam muito de mim, do patrão “Gracia”, que era bom branco. O Laurindo queria falar mas eu, que estava com pressa, fui-lhe dizendo que estava atrasado e que tinha pessoal à espera para carregar a camioneta. Entretanto aparece a Aline e o Laurindo cumprimenta-a muito respeitosamente.
A sanzala do Laurindo, o Ambuíla, ficava no limite da minha fazenda, a escassos dois mil metros. Com todos os habitantes dessa sanzala eu tinha boas relações, éramos bons vizinhos. Depois de beber um copo de vinho e aceitar um cigarro o Laurindo lá partiu sem falar com o Augusto. E, ainda hoje, eu penso que ele seria portador de alguma mensagem dos velhos em relação ao que viria a acontecer no dia seguinte.
À semelhança de todos os dias, antes do deitar, tentei ouvir a Radio Brazaville mas, nessa noite não consegui. E assim terminou o dia 14 de Março de 1961.
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